terça-feira, 2 de março de 2010

Noite de Lua Cheia

Sua boca estava seca e suas feições ainda mais amedrontadoras.
Sente seus músculos vibrarem. Sua pulsação aumentar.
Não consegue mais pensar por conta própria.
O instinto começa a tomar o controle. Ele luta contra, mas é inútil.
Começa a correr. Cada vez mais rápido. Uma aceleração contínua e sem possibilidade de parada.
As mãos vão ao chão e ajudam no impulso e no acréscimo da velocidade.
Não há nenhum sinal de cansaço, apenas uma sede terrível em seus olhos.
Aos poucos ele se aproxima de um penhasco na ponta desse penhasco estava um cervo.
O cervo é belo com suas pelugem marrom. Mas em pouco segundos suas garras fincam fundo no flanco do animal. O cervo não grita, pois no exato momento em que sua boca se abre, outra garra perfura a sua garganta e ele cai imóvel no chão.
Sua boca chafurda na carne e no sangue de sua primeira vítima da noite.
A lua cheia brilha no céu e a sua transformação se completou.
O sangue do cervo escorre por entre seus dentes.
Ele olha para a lua e uiva.
Não é mais homem, é animal.

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